Networking: faça contato!

Entenda a importância de uma rede de contatos profissionais e saiba como começar ou fortalecer seu networking.

Por Aline Brandão

Um dado interessante para quem está à procura do seu "lugar ao sol" no mercado de trabalho: de acordo com pesquisas nacionais e internacionais, de 50% a 70% dos profissionais acharam seu último emprego através do networking. Você já conhece este termo?

Networking é a sua rede de contatos e relacionamentos profissionais, que pode incluir amigos, colegas, chefes, clientes, fornecedores e conhecidos. Diferente do velho conhecido e mal visto "quem indica", para o networking servir ao seu propósito é fundamental que o profissional seja realmente de qualidade – e demonstre isso.

"Uma armadilha comum é dizer 'eu conheço todo mundo da minha área'. Isso não quer dizer que essas pessoas conhecem você, nem que o têm em bom conceito – afirma o Gerente de Serviços de TI da TOPMind, Rubens Antonelli.

Rubens define o networking como "uma competência a se desenvolver, praticada natural e permanentemente, e um instrumento saudável e honesto para transmitir um conceito sobre quem é o profissional". E a rede de contatos é útil para gente de todas as áreas de trabalho, inclusive para a TI.


Não basta ser amigo

O Gerente Regional da Linksys no Brasil, Emerson Yoshimura, é um exemplo de profissional de TI que faz bastante uso dessa ferramenta, desde o começo da carreira. Quando ainda era um trainee, Emerson contou com a indicação de um antigo contato de uma fabricante para chegar a uma nova oportunidade de emprego. Depois, através de um amigo de faculdade, migrou para a Linksys, onde o networking o ajudou novamente até chegar ao cargo atual. Mas ele ressalta que não basta ser indicado.

"Devo dizer que as redes de relacionamento são a base para se iniciar uma seleção, mas é necessário um crivo apurado para distinguir uma indicação por amizade de uma por competência. A fonte da indicação também conta muito – avisa.

Networking, aliás, não serve apenas para conseguir um novo emprego. Ele também ajuda quem tem uma idéia genial para um novo negócio, ou para palestrantes que sonham em ver uma platéia lotada. Afinal – como você já leu aqui no TI Master na matéria "O novo programador" – o estereótipo do nerd tímido e introspectivo não é mais regra na área de TI há um bom tempo.

"Entre o pessoal técnico ainda existem escovadores de bits mais introvertidos, mas acho que esse estereótipo é da época em que computador era 'coisa de louco'. Hoje acredito que o perfil é menos o do Bill Gates e mais o do Steve Jobs, mais comunicativo – diz um dos criadores do site Via6, Diego Monteiro.

Segundo Rubens Antonelli, quanto mais próximo de postos de liderança e alta gerência, mais o profissional dependerá dos relacionamentos para seguir em frente. Mas mesmo quem é da área técnica deve valorizar seus contatos: já que as tecnologias evoluem e se tornam obsoletas de forma muito rápida, quem tem bons relacionamentos profissionais pode aprender e compartilhar conhecimentos e novidades mais depressa. É como diz o ditado: duas cabeças pensam melhor do que uma.

Segundo o Gerente de Engenharia de Sistemas da McAfee, José Roberto Antunes, os cursos superiores da área de Exatas deveriam ter algumas matérias de Humanas também, "para dar um lado humano à máquina". Isso, na opinião dele, alimenta o estereótipo do nerd. "Já fiz muitas seleções de estágio e tinha gente bem tímida. Mas a própria convivência no mercado muda isso, mesmo os mais tímidos resolvem esse problema – explica.

Aliás, ter uma rede de contatos não requer grande experiência profissional. É algo que pode começar mesmo durante a faculdade. "Todos sempre têm algo a oferecer. Na faculdade, você já pertence a grêmios, associações, grupos de estudo. Num estágio, já pode construir uma rede com quem trabalha com você. Quem ainda não tem experiência precisa mostrar disposição – afirma o Diretor-Executivo do Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual (Insadi), Dieter Kelber.


Networking na web

No site de relacionamentos profissionais Via6, o pessoal da TI equivale a 25% do total de usuários, atrás apenas de pessoas da área de Recursos Humanos. Diego Monteiro, um de seus criadores, é defensor por vocação do uso de tecnologias nos relacionamentos. Mas ele avisa: é preciso diferenciar a vida pessoal e a profissional.

"Tem que saber o que é adequado para cada ferramenta. No Orkut, por exemplo, você pode pôr uma foto sua agarrado a uma garrafa de cerveja. Na Via6 ou no LinkedIn, isso pega mal (risos), pode atrapalhar sua vida profissional – afirma.

Outra ferramenta online que pode ou não ajudar no networking são os programas de troca de mensagens, como o MSN Messenger. Diego não recomenda usar frases engraçadas ou fotos muito informais, a não ser que a lista de contatos seja feita só de amigos. A solução, segundo ele, pode ser criar uma nova conta, exclusivamente para contatos profissionais, ou deixar as frases descontraídas apenas para os fins de semana.


Nada substitui o olho-no-olho

Dieter Kelber faz uma outra ressalva quanto ao uso das redes online. "Normalmente, as boas redes se formam entre pessoas que já se conhecem. É difícil entrar numa rede de qualidade sem conhecer ninguém. Sites como o Orkut e outros servem para reencontrar pessoas com quem você já trabalhou, por exemplo. Acho importantes como instrumentos de manutenção, mas nada substitui o olho-no-olho – diz.

Para exercitar esse contato "olho-no-olho", uma boa opção é participar de congressos, palestras e eventos. Nesses espaços, além de adquirir conhecimento sobre novas tecnologias e metodologias, os profissionais também têm a chance de encontrar pessoas que trabalham em sua área de atuação.

Segundo a consultora do IDORT/SP Fátima Guimarães, o fundamental é ir aos eventos com o objetivo de trocar idéias. "Participe, fale, se mostre. Muitas vezes a pessoa vai ao evento, se senta ao lado de outros que têm questões semelhantes às dela, mas nenhum dos dois se mostra. Fale com as pessoas e mantenha o contato depois do evento – afirma.

Diego Monteiro dá outra dica: quando for a um congresso ou palestra, não saia correndo antes do fim. "Infelizmente, depois dos eventos, só uns 10% das pessoas permanecem por lá. Esse horário é precioso para fazer o networking, trocar cartões. Se a previsão é de que o evento termine às 17h, deixe sua agenda livre até às 20h – sugere.


FONTE: http://www.timaster.com.br/extern.asp?url=/revista/materias/main_materia.asp?codigo=1358

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